Funcionária relata momentos de terror em ataque que matou duas colegas em escola

Um ataque em uma escola chocou a comunidade e resultou na morte de duas servidoras. Uma funcionária, que prefere não ser identificada, compartilhou detalhes sobre o ocorrido. Ela acredita que escapou por pouco da tragédia.
O ataque aconteceu na unidade Maracanã do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) Celso Suckow da Fonseca. As vítimas foram a professora Allane de Souza Pedrotti Matos e a psicóloga escolar Layse Costa Pinheiro. Ambas foram atingidas no ambiente de trabalho.
A rotina que salvou
A funcionária relatou que o comportamento do atirador, João Antônio Miranda Tello Ramos Gonçalves, demonstrava sinais de isolamento e severidade. Ela descreveu uma sensação constante de vigilância por parte dele.
“Me perseguia, vigiava a minha entrada na escola e no setor, discordava da maneira que eu trabalhava. Se eu não tivesse saído meia hora mais cedo ontem, teria morrido também”, afirmou a servidora.
Histórico de conflitos
João Antônio movia uma ação judicial contra a União, alegando assédio moral. Ele afirmava ter sido transferido de setor contra sua vontade e ser vítima de retaliação administrativa.
A defesa do servidor apresentou laudos médicos indicando o agravamento de seu quadro de saúde devido ao ambiente de trabalho. A Justiça Federal encerrou o processo sem julgamento.
Trajetórias interrompidas
Allane de Souza Pedrotti Matos, doutora em Letras, atuava na coordenação pedagógica e presidia comissões internas. Layse Costa Pinheiro, psicóloga escolar desde 2017, possuía especialização em Gestão de Pessoas.
As vítimas foram socorridas e encaminhadas ao Hospital Municipal Souza Aguiar, mas não resistiram aos ferimentos.
Após o ataque, João Antônio tirou a própria vida. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso. A direção do Cefet decretou luto oficial de cinco dias.
