Alerta: superfungo que causa coceira sem fim é detectado no Brasil

Um superfungo resistente está gerando grande preocupação entre profissionais de saúde, especialmente no Reino Unido, e agora foi detectado no Brasil. Manchas iniciais que coçam na virilha podem evoluir para quadros persistentes, inflamam e retornam mesmo após meses de tratamentos medicamentosos. Esse cenário é causado pelo Trichophyton indotineae, um tipo de dermatófito que tem se espalhado de forma incomum.
Dados alarmantes foram divulgados em um artigo científico recente, detalhando a expansão do fungo no Reino Unido entre 2017 e 2024. A pesquisa, publicada na revista Emerging Infectious Diseases, registrou 157 casos confirmados no período. Atualmente, o T. indotineae representa 38% dos dermatófitos isolados encaminhados ao laboratório nacional de micologia britânico.
O estudo também revelou a expansão geográfica do fungo por diversas cidades do Reino Unido, não se limitando apenas a Londres. A frequência da espécie tem aumentado significativamente em exames de rotina realizados em hospitais e consultórios médicos na região.
Expansão e resistência do fungo
O Trichophyton indotineae foi primeiramente identificado na Índia, em 2014, e desde então sofreu mutações genéticas. Essas alterações tornaram o patógeno altamente resistente aos tratamentos convencionais, o que ampliou seu alcance global. A dificuldade em erradicar as infecções é uma das maiores preocupações.
A chegada do superfungo ao Brasil
A chegada do superfungo ao Brasil foi confirmada em 2023, quando um paciente retornou de Londres com lesões cutâneas persistentes. Antes desse caso, essa espécie resistente jamais havia sido isolada em território nacional. Isso marca um precedente preocupante para a saúde pública local.
O padrão observado nesse e em outros casos é de diversos tratamentos, seguidos por uma melhora aparente e uma recidiva constante das lesões. Somente um diagnóstico laboratorial mais preciso permitiu o uso de medicamentos alternativos, ainda que com o registro de recaídas posteriores. Pesquisadores de saúde acreditam que o número real de casos na América do Sul é possivelmente mais alto do que os dados oficiais registrados.
