Um professor da rede particular de Sertãozinho (SP), Cauê Fiorentino de Assis, foi condenado por crimes de assédio e importunação sexual contra um ex-aluno, que na época ainda era adolescente. Os episódios ocorreram entre 2021 e 2023, quando a vítima ainda era menor de idade.
A sentença foi proferida pela 2ª Vara Criminal da cidade, em primeira instância, no último dia 12. Ele recebeu pena de 2 anos, 9 meses e 10 dias por assédio sexual, além de 1 ano por importunação sexual. No entanto, as penas de prisão foram convertidas em sanções alternativas, o que significa que ele não será preso, mas deverá cumprir obrigações determinadas pela Justiça.
De acordo com a decisão, a importunação aconteceu entre agosto e setembro de 2022, no laboratório da escola, onde o professor realizou atos libidinosos sem o consentimento do aluno. A denúncia do Ministério Público foi aceita na íntegra pelo juiz Hélio Benedini Ravagnani.
A escola declarou, em nota, que os fatos não aconteceram em ambiente escolar e que não houve denúncia formal na época em que Cauê ainda atuava na instituição. A direção informou que, assim que foi informada, o professor foi afastado e não faz mais parte do quadro. Também destacou o compromisso com a ética e segurança dos alunos, afirmando repudiar qualquer forma de violência contra menores.
A decisão judicial se baseou em cinco elementos principais: o relato detalhado da vítima; prints de conversas que mostravam insistência e assédio; depoimentos de testemunhas, incluindo uma ex-aluna que também relatou abuso; confirmação do conselheiro tutelar; e o uso da posição de autoridade do professor como agravante.
O juiz ressaltou que os abusos ocorreram por um período longo e causaram sérios danos à saúde mental do adolescente, que precisou de acompanhamento psicológico após os episódios.
Outra condenação
Essa não foi a primeira condenação de Cauê Fiorentino de Assis. Em 2024, ele já havia sido sentenciado a pagar R$ 40 mil por danos morais a uma ex-aluna do ensino médio. A juíza Daniele Regina de Souza Duarte apontou que o professor assediou e perseguiu a jovem após ela recusar suas investidas.
Segundo a sentença, ele chegou a fazer comentários ofensivos sobre o corpo da estudante, usando apelidos pejorativos e inventando boatos sobre a vida íntima dela. O impacto foi tão grave que a aluna, assim como outros estudantes, se sentiu obrigada a deixar a escola.
A defesa do professor foi procurada pelo g1, mas preferiu não comentar o caso.