O laudo necroscópico realizado no corpo de Alex Gabriel dos Santos, de 16 anos, confirmou que o adolescente foi morto por asfixia mecânica, provocada por um saco plástico colocado em sua cabeça. O corpo do jovem foi encontrado no Rio Pardo, em Pontal (SP), no dia 7 de junho, após seis dias desaparecido.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Cláudio Messias Alves, em entrevista a TV Clube, além da asfixia, o laudo apontou que o jovem sofreu queimaduras nos joelhos e nas pernas, reforçando os relatos de que ele teria sido colocado sobre brasas.
Ainda segundo o delegado, o crime também será investigado como ocultação de cadáver, já que o corpo foi lançado no rio após a morte. O inquérito deve ser finalizado até o fim deste mês e encaminhado ao Ministério Público.
Como tudo aconteceu
Alex desapareceu na madrugada de um domingo. Segundo a família, o adolescente saiu de casa para ir a um depósito de bebidas próximo. Na volta, contou que havia encontrado um celular no balcão do estabelecimento. A irmã disse que ele estava feliz por ter achado o aparelho, já que não tinha um telefone próprio.
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Na manhã seguinte, a família percebeu seu desaparecimento. A mãe contou que um vizinho viu uma caminhonete parando em frente à casa na madrugada. Testemunhas relataram que Alex foi agredido e colocado à força no veículo.
De acordo com a investigação, o dono do celular, João Guilherme Moreira, de 27 anos, foi até a casa de Alex com a ajuda de uma funcionária do depósito, que indicou onde o jovem morava. Ao sair, Alex foi agredido e sequestrado.
Identificação dos suspeitos
A Polícia Civil utilizou imagens de câmeras de segurança e depoimentos para identificar os envolvidos. Quatro homens foram presos temporariamente por ordem da Justiça:
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Uanderson dos Santos Dias, 19 anos
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João Guilherme Moreira, 27 anos (dono do celular)
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Alex Sander Benedito Ferreira, 23 anos
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Jean Carlos Nadoly, 28 anos
A funcionária do depósito é tratada como testemunha.
Segundo a polícia, Alex foi levado a um galpão, onde sofreu agressões e tortura. Após as agressões, ele teria sido deixado em uma estrada de terra, segundo a versão de um dos suspeitos. No entanto, cães farejadores da Guarda Civil Municipal localizaram o rastro de Alex até a margem do Rio Pardo, onde o corpo foi posteriormente encontrado, amarrado com arame farpado, com as mãos e os pés presos, além de um saco plástico na cabeça.
Possível motivação
A principal linha de investigação aponta que o crime foi motivado por uma retaliação ao suposto furto do celular. No entanto, a polícia trabalha com a hipótese de que Alex não tenha cometido furto, mas apenas encontrado o aparelho no depósito. Segundo o delegado, o adolescente formatou o celular e retirou o chip, o que, segundo a polícia, indica que ele pretendia ficar com o aparelho.
A mãe de Alex afirma que o filho nunca teve envolvimento com drogas ou qualquer atividade criminosa.
A polícia apura a participação de cada suspeito no crime, que envolve sequestro, cárcere privado, tortura, homicídio e ocultação de cadáver.